A evolução histórica do nome
Flaminia através da história
Segundo o professor de História, do LICEU HENRIQUE IV, de
Paris, ANDRÉ ALBA, os romanos dos primeiros séculos da República orgulhavam-se
de ter muitos filhos, principalmente rapazes, pois somente esses podiam celebrar
o culto dos antepassados. Os romanos que näo tinham filhos podiam adotar um.
Entendiam-se com um amigo que possuía vários, que concordava em ceder-lhes todos
os direitos sobre um deles. A criança adotada recebia todos os nomes de seu pai
adotivo e acrescentava um sobrenome (terminado em ~anus), tirado do nome de sua
antiga família.
Uma criança da família EMILIA, adotada por PUBLIUS CORNELIUS
SCIPIO chamava-se PUBLIUS CORNELIUS SCIPIO EMILIANUS (Cf, o livro ROMA, desse
historiador, série Curso de História Jules Isaac, 1º edição em português 1964,
Editora Mestre Jou, Säo Paulo, p. 35).
Explica-se desta forma o surgimento do
nome FLAMMIGNANO (de FLAMINIA/FLAMINIANUS) documentado na “Enciclopédia
Universal Ilustrada Europeo-Americana”, tomo V (Apêndice), Editora Espasa-Calpe
S/A, Bilbao, impressa na Espanha, s/d, p.302, que registra dito nome como
designativo do povoado da Itália, na província e circunscrição de Téramo,
município de Tossícia, 250 habitantes.
O renomado filólogo JOÃO RIBEIRO, em seus
“Rudimentos de Filologia Românica”, J. Ozon editor Rio, s/d, p.117, refere que,
no latim vulgar, este ainda falado depois da queda do Império Romano e que deu
origem às línguas neo-latinas, foi encontrada a mutação a > o e o > u como nos
exemplos: vacuus > vocuus e formica > furmica.
O atual patronímico FLUMIGNANO
teria sofrido idêntica mutação, originando-se de FLAMMIGNANO, possivelmente com
a forma intercalada FLOMIGNANO (ainda não documentada), sendo que a família
FLAMINIA, com registros na República Romana e também no Império, teve nos
cônsules retro biografados seus expoentes máximos daquele primeiro período
histórico.
De conformidade com os ensinamentos do mesmo filólogo, na obra acima
citada, como em outros nomes. tem-se que a queda ou supressão da vogal final dos
nomes próprios FLUMIGNANO e FLUMIANO restando FLUMIGNAN e FLUMIAN, ocorreu em
uma mesma época na região friulana, por influência do anterior domínio gaulês
nos anos 776 / 899.
Diz o citado JOÃO RIBEIRO, ser curioso observar que na Gália, salvo o “a”, todas as outras vogais finais desapareceram, fenômeno que atribui mais a tendências que a outros fatores.
Segundo está informado o Autor
desta Genealogia, ainda hoje na regiäo setentrional da Itália é corrente a
supressão fonética da vogal final. Os bassanos preferem denominar sua cidade de
BASSAN DEL GRAPPA a BASSANO DEL GRAPPA.
Mesmo depois de longa permanência no
Brasil, o Patriarca da Família, ANTONIO FLUMIGNAN, natural de Rivolto, distrito
de Codroipo(UD), ainda dizia “vin” no lugar de “vino” (vinho) e no diminutivo
dizia “vinhin”, quando oferecia o vinho doméstico aos pequenos netos.
Disto está muito bem lembrada a neta ADELINA TRONDOLI MATRICARDI, rememorando o fato em carta ao Autor.
Fonte: FLUMIGNAN, Izidoro, livro O CENTENÁRIO DA FAMÍLIA FLUMIGNAN DO BRASIL 1987-1997, 3ª Edição, página 27. |