HIPOGLICEMIAS

Dr. Izidoro de Hiroki Flumignan
CRM 5245054-3

   
     Hipoglicemia é a redução da glicose sangüínea abaixo de 40mg%, porém abaixo de 70mg% já é glicemia baixa.

    A glicemia normal, "sem jejum", varia entre 70 à 140 mg% (± 10mg%) cujas variações nesta faixa são dependentes do peso, fatores alimentares, emocionais e das atividades físicas do momento.

    Hipoglicemias nas pessoas saudáveis são raras e quando acontece é geralmente devido aos exercícios físicos exgerados ou/e jejum prolongado.

    Outra causa rara de hipoglicemia é o tumor de células beta produtoras de insulina.

    A hipoglicemia não é uma doença e sim um estado transitório comum nas pessoas com diabetes devido efeitos colaterais dos medicamentos para normalizar a glicemia.

    Os medicamentos para tratar o diabetes foram desenvolvidos para baixar a glicemia, portanto, doses excessivas, podem por sí, causar as hipoglicemias, sendo mais comum quando ocorre concomitantemente com jejuns prolongados, exercícios físicos excessivos ou erros na alimentação, neste caso, com poucos carboidratos. 

  
A hipoglicemia se manifesta primordialmente com sintomas neurológicos, como a letargia, lentidão dos pensamentos e dos reflexos, sonolência, abatimento físico e mental,  formigamentos e dormências das extremidades como mãos, pés, lábios, tremores, palpitações e nos casos extremos, pode chegar ao desmaio.

   
A hipoglicemia tem um início brando com evolução gradual e se não for corrigida rapidamente poderá culminar no desmaio, chamado de coma hipoglicêmico, que por sí não causa morte, porém, nos idosos, pode desencadear efeitos cardiovasculares que culminam no infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular cerebral.

     Existe a "hipoglicemia despercebida", ou seja, por afetar rapidamente a função cerebral, a pessoa com hipoglicemia pode ter dificultade na autopercepção dos sintomas, por isso acaba por não ingerir açúcar e logo na abertura dos primeiros sintomas apresenta situações graves como confusão mental, agressividade e até mesmo convulsão.

    Por isso, a "hipoglicemia despercebida" se deteriora muito rapidamente ao ponto das pessoas ao redor perceberem o comportamento subitamente alterado antes mesmo da própria pessoa  hipoglicêmica.

    A conduta corretora a ser realizada é sempre a mesma: oferecer rapidamente açúcar com o objetivo de elevar a glicose do sangue.

     Tal emergência exige paciência e atenção dos que estão ajudando, sendo que a reversão dos sintomas da hipoglicemia costumam ocorrer por volta de 15 minutos da oferta oral de glicose que 
se faz pela simples ingesta de 5 a 15 gramas os sachês de açúcar comum (cada sachê costuma ter 5 gramas) ou de seus derivados como leite, sucos de frutas, chocolates etc.

     É até uma oportunidade para as pessoas com diabetes comer guloseimas.

     Nos casos das "hipoglicemias leves" ou até para preveni-las, como nos casos de atrasos aceitáveis das refeições, chupar uma ou duas balas ou antecipar a próxima refeição pode resolver.

    Quando a "hipoglicemia é moderada", é melhor ingerir rapidamente o açúcar para não deixá-la agravar.
 
    
     Quando a "hipoglicemia for grave", é conveniente ser corrigida com líquidos doces pois são mais rapidamente absorvidos pelo aparelho digestivo e por isso corrigem os sintomas com mais rapidez.

     Nos casos de "hipoglicemias profundas", que podem chegar ao coma hipoglicêmico, a opções incluem oferecer a glicose em gel oral que desliza pela língua ou ministrar injeções endovenosas de glicose, quando a impossibilidade da deglutição está estabelecida.

    Outra possibilidade quando a pessoa não consegue deglutir é aplicar a injeção subcutânea de Glucagon, que é hormônio hiperglicemiante, muito raramente usado e dificilmente disponível.


     As hipoglicemias a principio não causam danos perceptíveis ao cérebro, porém causam irritações aos neurônios.

     Hipoglicemias muito repetidas e intensas podem danificar o cérebro mas sem sequelas perceptíveis.

     Quando a hipoglicemia é severa, a pessoa pode ter amnésia da crise.  

     Pessoas idosas que usam insulina costumam ter hipoglicemias noturnas mesmo indo dormir com a glicemia elevada, sendo que este fato exige especial atenção pois pode ocorrer hipoglicemias despercebidas noturnas que prejucam seu estado cognitivo. Tal fato ocorre pela baixa reserva de glicogênio no fígado, próprio do envelhecimento.      

     A causa mais frequente das hipoglicemias é o uso da insulina e o tempo muito prolongado entre as refeições, sem nada comer. 

     Insulinas modernas, conhecidas como "análogas" possuem melhor previsibilidade de absorção e glicemias mais estáveis e por isso ocasionam menos hipoglicemias do que as tradicionais insulinas humanas NPH e R.

     Medir a glicemia capilar diversas vezes ao dia é importante para o controle do diabetes e também para a prevenção das hipoglicemias.

      Pessoas com diabetes com maiores riscos de hipoglicemias a melhor opção é usar a monitorização contínua ou escaneamento da glicemia, pois desta forma a vigilância glicêmica é mais efetiva.

     O risco de hipoglicemia nas pessoas com diabetes não constitui argumento para impedi-los de dirigir motores ou realizar outros trabalhos que exijam atenção, a menos que estejam com controle instável.

     Portanto, pessoas com diabetes, principalmente as que usam insulina, devem estar atentas ao risco de hipoglicemias principalmente quando forem fazer atividades que exigem mais atenção, como dirigir máquinas, praticar esportes e fazer provas.

     Nestes casos é melhor deixar a glicemia um pouco mais alta do que correr risco de baixa.


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